TURANDOT

Giacomo Puccini - Teatro Alla Scala de Milão

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De Giacomo Puccini
Teatro Alla Scala de Milão
Duração: 02:16
Cantada em italiano

Ópera em três atos
Libreto: Giuseppe Adami e Renato Simoni
Diretor: David Livermore

Maestro: Michele Gamba
Orquestra e Coro de Teatro Alla Scala de Milão

Anna Netrebko (Turandot, soprano)

Yusif Eyvazov (Calaf, tenor)

Rosa Feola (Liu, soprano)

Raúl Giménez (Imperador Altum, tenor)

Vitalij Kowaljow (Timur, baixo)

Em uma China medieval imaginária, a cruel princesa Turandot, filha do imperador, é conhecida pela sua beleza. Ela atrai até Pequim inúmeros pretendentes que devem se submeter a uma terrível prova: se conseguirem elucidar três enigmas propostos pela princesa, eles conquistarão a sua mão – e com ela o trono da China. Se fracassarem, serão decapitados.

Os livros de história da música classificam Puccini entre os compositores “veristas”. Porém fará realmente sentido enquadrar nesta categoria um compositor que se atém acima de tudo à dimensão feérica e onírica dos ambientes escolhidos para os seus libretos?  

 

Na realidade, cada cenário escolhido pelo compositor lhe serve sobretudo de pretexto para adotar determinado caminho musical. Assim, Turandot e seu tema justificam uma opção pela modernidade. De fato, evocar a China dos mandarins, dos dragões e das princesas sanguinárias significa se permitir audácias orquestrais e harmônicas que vão muito além da forma como o tema chinês costumava figurar nas fantasias orientalistas.  

 

A partitura de Giacomo Puccini ficou inacabada quando da sua morte em 29 de novembro de 1924, sendo completada por Franco Alfano a partir de anotações deixadas por Puccini. Esta versão do final, contudo, jamais contou com uma aprovação unânime. Desse modo, por ocasião da estreia – que teve lugar a 25 de abril de 1926, no La Scala de Milão – sob a regência de Arturo Toscanini, o maestro, logo após a ária de Liú “Tu, che di gel sei cinta”, abaixou a batuta, virou-se para a plateia e disse: “Foi aqui que Giacomo Puccini interrompeu seu trabalho. Dessa vez, a morte foi mais forte do que a arte.” A sala permaneceu silenciosa por alguns instantes antes de prorromper em uma clamorosa salva de palmas. Nas apresentações que se seguiram, Toscanini regeu recorrendo a uma versão abreviada do final de Alfano, que acabou se consagrando como a mais executada e gravada até hoje. 

 

No âmbito das comemorações do centenário do desaparecimento de Puccini, o La Scala apresenta uma nova produção de Turandot em uma montagem exuberante e inédita, assinada por Davide Livermore, que optou pelo finale de Franco Alfano. 

 

Esta versão nos oferece a evocação de uma Pequim ao mesmo tempo atemporal e moderna; uma direção de atores que privilegia o caráter fluido da ação, recorrendo a uma hábil operação de cortinas e troca de cenários que se abaixam e levantam, uma cenografia grandiosa e figurinos suntuosos. O conjunto enfatiza o fato de que Turandot é, acima de tudo, uma ópera espetacular.   

 

Neste quadro exótico e embriagador, Anna Netrebko consegue uma vez mais concentrar toda a atenção sobre ela graças a uma performance vocal excepcional. Ela assume sem dificuldade aparente o papel de Turandot, com sua índole assassina, se valendo de um grave de rara opulência, assim como de um agudo que – longe de ser estridente – desabrocha nas passagens mais tensas. Yusif Eyvazov se distingue por sua voz possante, porém também maviosa e maleável, mesmo nos trechos piano. Vitalij Kowaljow confere bastante nobreza ao rei Timur, com sua voz soberba de baixo e com a forma como explora a arte do canto. Rosa Feola encarna uma Liú magnífica por sua graciosidade e suas nuances, de rara musicalidade e com uma dicção impecável. 

           

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