LA BOHÈME

Giacomo Puccini - Arena de Verona

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de Giacomo Puccini
Arena de Verona
Duração: 02:01
Cantada em italiano

Ópera em quatro atos
Libreto: Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, baseado em Scènes de la vie de bohème, de Henri Murger.
Estreia no Teatro Regio de Turim em 1896, sob a regência de Arturo Toscanini.

Maestro: Daniel Oren
Diretor: Alfonso Signorini

Vittorio Grigolo (Rodolfo, tenor)

Juliana Grigoryan (Mimi, soprano)

Lucas Micheletti (Marcelo, barítono)

Fabio Previati (Schaunard, barítono)

Eleonora Bellocci (Musetta, soprano)

Em Paris, em 1830, o poeta Rodolfo, o pintor Marcello, o filósofo Colline e o músico Schaunard levam uma vida despreocupada, típica de jovens artistas. Na véspera de Natal, Rodolfo conhece sua vizinha, Mimi, e é amor à primeira vista. Contudo, o romance apaixonado entre os dois se choca com a dura realidade, marcada pela pobreza e pela doença.

Quarta ópera de Puccini, La Bohème tornou-se uma das obras-primas da ópera italiana. A estreia desta obra, contudo, foi marcada por contratempos e episódios polêmicos. O primeiro deles envolve o desentendimento entre Puccini e seu amigo, o compositor Ruggero Leoncavallo. Quando ambos já contavam com triunfos em suas carreiras, Puccini comunica ao amigo que está trabalhando numa adaptação de Scènes de la vie de bohème, de Henri Murger. Ocorre que Leoncavallo trabalha ele também sobre o mesmo tema. Sua irritação é mais do que justificada, pois ele havia justamente proposto a Puccini um libreto intitulado Vita di boheme, inspirado em Murger. Precisamente o libreto que Puccini havia recusado, deixando livre o caminho para que Leoncavallo escrevesse a música para o projeto! 

 

A disputa imediatamente se transfere para as páginas dos jornais de Milão. Dois dias mais tarde o diário Corriere della sera revelará o projeto de Puccini, acompanhado de uma carta sua, afirmando que ignorava as intenções de seu companheiro, declarando: “Que ele componha e eu comporei também. O público julgará. A prioridade em matéria de arte não implica que devamos interpretar um mesmo tema com a mesma concepção”. O público julgou. La Bohème de Puccini tornou-se um clássico da produção lírica italiana, enquanto a de Leoncavallo – estreada um ano mais tarde, em 1897 – rapidamente saiu de cartaz e do repertório das salas de ópera. 

 

Ao longo de sua elaboração, a partitura viria a sofrer inúmeras modificações, ainda mais que Puccini trabalha paralelamente em uma outra ópera, que jamais será concluída, La Lupa. Porém o compositor não joga simplesmente fora a partitura da ópera inacabada, optando por incorporar parte do material em La Bohème. Aproveita também fragmentos de suas obras mais antigas. Dessa forma, escreve a Valse de Musette (no segundo ato) a partir de uma valsa de juventude composta para piano. Também o tema que abre a ópera – e que volta a ser executado em seguida – foi extraído de uma obra escrita para seu exame de fim de curso no Conservatório.  

 

O processo de composição de La Bohème se estende por mais de três anos e a 1º de fevereiro de 1896, um dia após o terceiro aniversário da estreia de Manon Lescaut, tem lugar sua première no mesmo Teatro Regio de Turim. Por superstição, Puccini preferia que não fosse Turim, com receio que fosse impossível repetir no mesmo local o sucesso obtido com Manon Lescaut. Da mesma forma não queria a participação do novo diretor musical do teatro, um jovem maestro de 29 anos chamado Arturo Toscanini. Ele acabará por ceder e a estreia da ópera terá lugar naquele teatro, no qual foi calorosamente acolhida pelo público – porém não na mesma medida por parte de certos críticos. “La Bohème não deixará mais do que um pequeno vestígio na história das óperas. O compositor faria bem em considerá-la apenas como um erro passageiro”, escreveu na época Carlo Bersezio, crítico temido e respeitado.   

 

No ano seguinte, La Bohème era apresentada em Londres e em Los Angeles, e em seguida em Nova York. Este sucesso jamais seria desmentido. La Bohème acabou se tornando uma das óperas mais populares do repertório. O público segue sendo seduzido por sua música, a qual Puccini fez com que estivesse impregnada das lembranças da sua própria vida de boemia durante os anos do Conservatório. O que levou Claude Debussy a dizer: “Não conheço ninguém que tenha descrito tão bem a Paris dessa época como fez Puccini em La Bohème”.  

           

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