IL BOEMO

de Petr Vaclav
(2023)
Duração: 2h20

Filme histórico com Vojtěch Dyk, Barbara Ronchi, Elena Radonicich.

Box office na França: mais de 100 000 espectadores.

Pela primeira vez, o festival apresenta um filme de ficção em sua seleção: Il Boemo, de Pietr Vaclav. Isso por várias razões: porque o filme é espetacular e romântico como uma ópera, e também porque vai permitir ao público descobrir e ouvir as magníficas obras líricas de um compositor barroco admirado por Mozart e injustamente esquecido pela história: o checo Josef Myslivecek.

Vojtěch Dyk
Barbara Ronchi
Elena Radonicich

1764. Em uma Veneza libertina, o músico e compositor Josef Myslivecek, apelidado de Il Boemo, não consegue se destacar apesar de seu talento. Seu caso com uma mulher da corte permite que ele realize seu sonho e componha uma ópera. A partir daí sua fama cresceu, mas até onde ele iria? A vida, obra e aventuras de um compositor genial esquecido que o jovem Mozart admirava.

Il Boemo foi apresentado na Competição Oficial do Festival de San Sebastian em 2022. Ganhou o Prêmio Syndicat Français de la Critique de Cinéma no Festival de Arras. O filme foi indicado ao Oscar pela República Tcheca e recebeu seis Leões Tchecos (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Figurino, Melhor Cenário, Melhor Maquiagem e Melhor Som).

Josef Mysliveček (1737-1781), conhecido como Il Boemo – aquele que vem da Boêmia -, filho de um moleiro de Praga e, destinado à mesma profissão, não ousou quebrar as correntes da vontade do falecido pai até 1764. Aos vinte e sete anos, ele foge de seu local de nascimento, obscuro e provinciano, devastado pela Guerra dos Sete Anos. Desejando se tornar um compositor de ópera, ele buscará sua fortuna na superpotência musical de seu tempo: a Itália. Mudou-se para Veneza e, após quatro anos de vida precária, conseguiu uma encomenda incrível. Ele, um completo estranho, é chamado a Nápoles para escrever a primeira ópera do reinado de Fernando IV. Sua carreira decola. Durante a década de 1770, ele foi o autor mais prolífico da ópera italiana séria. Amigo de Mozart e muito mais requisitado do que ele, escreveu para as maiores estrelas do seu tempo, frequentou todas as cortes e muitos teatros públicos da Península. Ele morreu da sífilis em Roma, sozinho, sem esposa ou filho, em extrema pobreza, e foi esquecido no dia de sua morte, aos quarenta e três anos, e sua obra caiu no esquecimento. Depois de duzentos e quarenta anos, no entanto, podemos ver que sua música se comunica conosco e nos comove.

Petr Vaclav, cineasta convido do Festival.
Formado pela Academia de Cinema de Praga, escreveu, dirigiu e produziu seu primeiro longa-metragem Marian em 1996. O filme ganhou o Leopardo de Prata no Festival de Locarno no mesmo ano. Seu segundo longa, Les Mondes Parallèles – escrito em colaboração com a escritora Marie Desplechin – foi finalista do prêmio de roteiro NHK Award, em Sundance. O filme foi selecionado em 2001 na competição do Festival de San Sebastian e ganhou o prêmio de melhor filme tcheco do ano. Seu filme Cesta Ven, lançado na França e na Argentina sob o título Zaneta, foi apresentado no Festival de Cinema de Cannes na seção Acid e ganhou sete leões tchecos em 2014, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Nikdy nejsme sami (Nunca estamos sozinhos), longa-metragem lançado em 2016, foi apresentado no Festival de Cinema de Toronto e na Berlinale. No mesmo ano, Petr Vaclav dirigiu o documentário Confissões de um Desaparecido sobre a vida do compositor Josef Mysliveček e recebeu o FIPA d’Or.