OS CONTOS DE HOFFMANN

De Jacques Offenbach - Ópera Nacional da Holanda

Exclusivo

Ópera fantástica em um prólogo, três atos e um epílogo
Libreto de Jules Barbier
Cantada em francês
Ópera Nacional da Holanda
Duração: 2h45

Maestro: Carlo Rizzi
Diretor: Tobias Kratzer
Figurinos: Rainer Sellmaier
Dramaturgia: Klaus Bertisch
Orquestra Filarmônica de Roterdã
Coro da Ópera Nacional da Holanda

Nina Minasyan (Olympia)
Ermonela Jaho (Antonia)
Christine Rice (Giulietta)
Irene Roberts (a Musa)
John Osborn (Hoffmann)
Erwin Schrott (Lindorf/Coppelius/dr. Miracle/Dapertutto)

A trama acompanha as decepções amorosas do escritor alemão E. T. A. Hoffmann, o narrador e herói da obra. Três épocas, três paixões, três mulheres: Olympia, Antonia e Giulietta. Cada uma das histórias é marcada pela intervenção destruidora de um mesmo personagem maléfico.

Jacques Offenbach, compositor alemão e parisiense por adoção, já tinha assinado mais de cem óperas quando começou a trabalhar nessa obra que se situa na intersecção entre três gêneros, a ópera buffa, a ópera romântica e a grande ópera. O autor morreu em outubro de 1880 sem poder assistir à apresentação da obra em sua forma integral, encenada alguns meses depois na Opéra Comique.
Sátira política, ora divertida, ora dramática, marcada por ímpetos românticos, essa ópera popular, adaptada dos contos fantásticos do escritor E.T.A. Hoffmann, é uma das mais produzidas no mundo apesar da sua complexa estrutura narrativa.

Nesta versão de três horas de duração, o maestro Carlo Rizzi e o diretor Tobias Kratzer optaram por abreviar os recitativos, por minimizar os diálogos falados e por deixar de lado todas as partes musicais não escritas por Offenbach, inclusive o septeto e a célebre ária do maligno “Cintila, diamante”. O resultado é uma narrativa sombria e edificante interpretada por um elenco e orquestra de primeira linha. O maestro Rizzi rege com elegância e élan uma orquestra perfeitamente entrosada.

Nada de cenas em tabernas coloridas, nem gôndolas venezianas na produção. O branco embotado e o preto predominam nos três aposentos dispostos em três andares. Em vez de se encontrar numa taberna, é instalado em seu próprio quarto que Hoffmann, artista e alcoólatra, conta suas histórias vividas ao lado de Olympia, Antonia e Giulietta. O aposento, foco central do cenário, está decorado com retratos de sua paixão do momento, a cantora lírica Stella. O público de Hoffmann é composto por seus companheiros e por sua namorada negligenciada, a Musa. Ela passa grande parte do tempo em seu apartamento, recolhendo garrafas de cerveja vazias, dominada pelo medo de se ver comparada às suas outras mulheres. Contrariamente ao que determina o libreto, ela não se transforma em Nicklausse, amigo de Hoffmann. Os “contos” se desenrolam nos quartos vizinhos, com os cantores muitas vezes entoando duos em que cada um se encontra do outro lado da parede ou em andares diferentes.

John Osborn abrange todo o espectro expressivo e ambíguo do papel, do humor cruel da ária de Kleinzach à chama lírica do duo de amor com Antonia. Suas escolhas estilísticas são impecáveis, assim como a sua dicção francesa.

Nina Minasyan interpreta à perfeição a boneca Olympia, obra-prima do temível Coppelius. Sua voz de soprano, leve e ágil, é espantosamente bem torneada e demonstra grande alcance. No papel de Antonia, condenada à morte se insistir em cantar, a voz da soprano Ermonela Jaho exibe uma fragilidade dilacerante. A idade perturbadora de Olympia e a roupa de escolar de Antonia sugerem que Hoffmann é incapaz de estabelecer relacionamentos com mulheres psicologicamente maduras.

Essa incapacidade de Hoffmann para criar relações autênticas é confirmada pelo episódio de Giulietta, no qual a cortesã age instalada em um antro do vício, vestida de sereia, não sendo, portanto, uma mulher de verdade. Christine Rice interpreta de forma impecável essa Giulietta voluptuosa e terrestre.

O barítono baixo Erwin Schrott, que canta pela primeira vez os quatro personagens malignos, passa com louvor nessa prova. Ele encarna uma espécie de maldade benevolente e atinge seu apogeu na pele de um doutor Miracle mortalmente pálido.

Por fim, Irene Roberts é uma musa simpática que representa com grande competência a amiga eternamente atenta a Hoffmann, preocupada em todos os momentos com suas alegrias e seus sofrimentos.

Prólogo

Lindorf, político inescrupuloso, deseja a cantora Stella, amante de Hoffmann. Exortado por estudantes beberrões, este conta a história de seus amores infelizes por três outras mulheres, todas encarnadas em Stella.

Ato I

Em Paris, Hoffmann se apaixona por Olympia, uma boneca mecânica feita por Spalanzani. Tocada no ombro, ela canta e dança. Coppelius, que forneceu os olhos da boneca, sente-se enganados por Spalanzani e destrói Olympia. Só então Hoffmann se dá conta de que ela era um autômato.

Ato II

Em Munique, Crespel proíbe a filha, Antonia, de cantar, receando que ela morra da mesma doença que sua mulher, cantora de ópera. Apaixonados, Hoffmann e Antonia decidem se casar. O Dr.Miracle a ameaça e faz com que um retrato de sua mãe lhe ordene cantar. Ela canta e morre. O doutor some, e Crespel culpa Hoffmann.

Ato III

Num bordel veneziano, Giulietta canta o amor, mas o pérfido Dapertutto tem outros planos. Em troca de um anel de diamante, ela terá de capturar o reflexo de Hoffmann. Seduzido com facilidade, o poeta entrega seu reflexo. Em seguida, mata Dapertutto, mas perde Giulietta.

Epílogo

Após contar as histórias, Hoffmann está bêbado. Stella retorna e o encontra adormecido. Levada por Lindorf, ela olha com tristeza para Hoffmann.

           

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