LA TRAVIATA

De Giuseppe Verdi - Ópera Nacional de Paris

Exclusivo

Ópera em três atos
Libreto: Francesco Maria Piave
Baseado no romance A dama das camélias, de Alexandre Dumas Filho
Encenada pela primeira vez em 1853, no Teatro La Fenice, em Veneza

Duração: 2h15

Maestro: Michele Mariotti
Diretor: Simon Stone
Cenografia: Bob Cousins
Figurinos: Alice Babidge
Regência dos coros: José Luis Basso
Orquestra e coro da Ópera Nacional de Paris

Pretty Yende (Violetta Valéry)
Benjamin Bernheim (Alfredo Germont)
Catherine Trottmann (Flora Bervoix)
Christian Helmer (Barão Douphol)
Marion Lebègue (Annina)
Jean-François Lapointe (Giorgio Germont)

Numa noite de boemia em Paris, Alfredo Germont, jovem de uma família respeitável da região da Provence, apaixona-se por Violetta, uma conhecida cortesã. Também atraída por ele, Violetta abandona sua profissão para se entregar – sem reservas – a Alfredo. Contudo, o pai de Alfredo, em nome do decoro burguês, convence Violetta a romper relações com o seu filho. Ela escreve então uma carta a Alfredo anunciando o rompimento, porém, sem revelar o motivo real de sua decisão. A tuberculose, que ela já havia contraído, volta se manifestar com toda a força. Um mês depois, Alfredo fica sabendo pelo pai que Violetta jamais deixou de amá-lo e que ela sacrificou seu amor para preservar a reputação do amante.

Um dos mais célebres títulos do repertório operístico, La traviata faz parte com Rigoletto (1851) e Il trovatore (1853) da “trilogia popular” que conferiu a Verdi, ainda em vida, uma glória internacional incontestável. Em janeiro de 1852, Verdi escreveu a Antonio Barezzi, seu padrasto: “(…) Não tenho nada a esconder. Uma mulher mora comigo. Ela é livre, independente, ela aprecia, como eu, uma vida solitária que a coloca a salvo de qualquer obrigação. Nem eu, nem ela, temos contas a prestar a ninguém”.

Biógrafos do compositor costumam chamar atenção para a semelhança entre a situação e os personagens dessa ópera e a vida de Verdi e de sua companheira, Giuseppina Strepponi, os dois às voltas com a hostilidade de uma burguesia devota. No caso de Verdi, a obra evoca também sua dificuldade em se livrar do domínio do pai, Carlo Verdi. Porém, se ele encontra no tema de A dama das camélias um eco de sua situação pessoal, Verdi não pretende fazer uma obra autobiográfica.

Deixando de lado os temas históricos de suas óperas anteriores para se concentrar em um assunto mais intimista, ele provoca a consciência de seu público ao lhe apresentar outra forma de heroísmo, fazendo, acima de tudo, uma crítica à sociedade moralista do século XIX. O heroísmo é na obra de natureza privada: o de uma mulher rotulada como “perdida, extraviada” (“traviata”) por uma sociedade que a utiliza e que só a tolera na medida em que ela se conforma a esse papel. Acreditando ingenuamente poder – por amor – ser salva da condição de “pervertida” na qual se vê aprisionada, Violetta acaba conseguindo sua redenção por meio da morte, após sacrificar esse amor. Só assim serão preservadas a honra e a moral da família “respeitável” que a rejeitou e da qual só obtém alguma benevolência pelo fato de ter morrido.

Prejudicada por um elenco mal escolhido, na sua estreia a ópera esbarrou na incompreensão do público, perplexo também com um drama romântico de caráter intimista, privado do distanciamento heroico tradicional e apoiado em um realismo musical nada convencional. Contudo, nas apresentações seguintes La traviata conquistou o reconhecimento por suas qualidades, vindo a se tornar no século XX uma das óperas mais encenadas em todo o mundo. A obra de Verdi se beneficiou do talento de intérpretes excepcionais, como Maria Callas e Renata Scotto, capazes de aliar suas proezas vocais a qualidades dramáticas, como é o caso, mais recentemente, de Anna Netrebko.

Repete-se sempre que não existe papel mais completo no repertório para sopranos do que o de Violetta. Não é, portanto, mero acaso, que tenha sido também o papel que serve de medida pela qual – historicamente – a maior parte das sopranos têm sido avaliadas. Efetivamente, Violetta exige de qualquer soprano um domínio absoluto não apenas do aspecto vocal, como também do teatral. Ela passa em revista todas as gamas do sentimento humano, do amor ao ódio, da alegria à morte. O perturbador arioso “Ah! Fors’è” exige precisão e um longo fôlego, enquanto o célebre “Sempre libera” requer uma técnica perfeita em vista das dificuldades que apresenta: escalas, arpejos, trinados, vocalizes, até os agudos mais difíceis, tudo num tempo acelerado. O segundo e o terceiro atos exigem um grande lirismo para transmitir a expressividade da música de Verdi.

Simon Stone gosta de abordar de forma ousada as peças do repertório de modo a trazê-las para territórios mais íntimos. Com La traviata, esse diretor, entre os mais destacados da cena teatral da atualidade, faz sua estreia na Ópera Nacional de Paris.

Ato I
É noite de festa na casa da cortesã Violetta Valéry. Violetta, prometida ao Barão Douphol, é apresentada pelo seu amigo Gastone de Letorières a Alfredo Germont. Gastone conta que ele já conhecia Violetta há algum tempo e a amava em segredo. Alfredo, então, fazendo um brinde a Violetta, declara-lhe o seu amor.

Violetta responde a Alfredo que, sendo uma mulher mundana, não sabe amar e que só lhe poderia oferecer a amizade, sendo que Alfredo deveria procurar outra mulher. Mas ainda assim, Violetta oferece-lhe uma rosa que carrega entre os seios e pede-lhe que volte no dia seguinte. Após a festa, Violetta permanece só e começa a dar-se conta do quão profundamente lhe tocaram as palavras de Alfredo, um amor que ela jamais conheceu anteriormente.

Ato II
Violetta e Alfredo iniciam um relacionamento amoroso e vão morar em uma casa de campo, nos arredores de Paris. Aninna, a criada de Violetta, conta a Alfredo que Violetta tem ido constantemente a Paris vender seus bens, para suportar as despesas da casa de campo.
Giorgio Germont, o pai de Alfredo, visita Violetta e suplica-lhe que abandone Alfredo para sempre. Giorgio conta-lhe sobre a sua família e especialmente a sua filha, em Provença, e acredita que ver Alfredo envolvido com uma mulher mundana destruiria a sua reputação.
Contrariada, Violetta atende às súplicas de Giorgio e sela um envelope endereçado a Alfredo. Violetta parte para uma festa na casa da sua amiga Flora Bervoix e Alfredo lê a carta. Desconfiado de que Violetta possa tê-lo traído, Alfredo vai até a casa de Flora para se vingar.

A festa tem início com um grupo de mascarados que lhes proporcionam um divertimento. Alfredo chega a festa e logo de seguida chega Violetta Valery acompanhada pelo Barão Duphol. Alfredo começa a jogar com o Barão e ganha. No momento em que o jantar é servido, Violetta e Alfredo permanecem a sós no salão e Alfredo força-a a confessar a verdade. Violetta, mentindo, diz amar o barão. Furioso, Alfredo convoca todos para o salão e atira à cara de Violetta todo o dinheiro ganho no jogo e desafia Douphol para um duelo. Violetta desmaia, Alfredo é reprimido por todos e a festa termina.

Ato III
Violetta está doente e empobrecida, depois de se desfazer de todos os bens. Tomada pela tuberculose, recebe cartas de vários amigos e uma, em especial, chama-lhe a atenção. É de Giorgio Germont, arrependido por ter colocado Violetta contra Alfredo.

Giorgio e Alfredo visitam Violetta, e reconciliam-se. Violetta e Alfredo começam a fazer planos de vida para depois da recuperação de Violetta. No entanto, Violetta está muito debilitada fisicamente e começa a sentir o corpo ceder. Entrega a Alfredo um retrato seu e avisa-o para que o entregue à próxima mulher por quem ele se apaixonar. Violetta sente os espasmos da dor cessarem, mas em seguida expira.

           

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