ATTILA

De Giuseppe Verdi - Teatro alla Scala de Milão

Exclusivo

Ópera em um prólogo e três atos
Libreto de Temistocle Solera, baseado na peça Attila, rei dos hunos, de Friedrich Ludwig Zacharias Werner
Cantada em italiano
Apresentada pela primeira vez em 1846 no Teatro Fenice, Veneza
Duração: 2h21

Maestro: Riccardo Chailly
Diretor: Davide Livermore
Orquestra e coro do Teatro alla Scala de Milão

Ildar Abdrazakov (Attila)
Saioa Hernández (Odabella)
George Petean (Ezio)
Fabio Sartori (Foresto)
Francesco Pittari (Uldino)

A ação tem início quando Attila, rei dos hunos e cruel chefe de um império que o torna temido pelos romanos, entra na Itália, destruindo a cidade de Aquileia, próxima a Roma. Porém, ali terá de enfrentar a resistência do povo italiano e a coragem de uma mulher.

Nascido por volta do ano de 395 nas planícies às margens do Danúbio e morto em março de 453 região de Tisza, no leste da atual Hungria, Attila foi o primeiro soberano dos hunos e o chefe de um império tribal composto por hunos, ostrogodos e alanos, entre outros povos. Durante seu reinado, ele foi um dos inimigos mais temidos dos impérios romanos do Ocidente e do Oriente. Após uma tentativa frustrada de conquistar a Pérsia, ele se volta para a Europa. O libreto situa a ação no momento em que Attila penetra a Itália, devastando uma parte da planície do rio Pó, incluindo a cidade de Aquileia, perto de Roma.

Verdi buscou inspiração nesse episódio histórico, vendo nele o símbolo da resistência italiana nos anos em que o compositor se mobilizava pela unificação da Itália. É possível perceber aqui uma inclinação nacionalista, mas também uma vontade de contribuir para o despertar da consciência política do público da época. O verdadeiro herói da história de Attila é na verdade o romano Ezio, patriota que faz frente ao inimigo bárbaro e seu famoso “Você terá o universo, mas deixará a Itália para mim” suscitará o entusiasmo por parte dos espectadores de Verdi poucos meses antes da Revolução Italiana.

A opção do diretor Davide Livermore de transpor a trama para a época da Segunda Guerra Mundial pode ser facilmente interpretada como uma releitura da história: e se a Itália tivesse se mobilizado contra a Alemanha? Mas, para além de quaisquer significados políticos, Attila é uma bela história, que mostra a capacidade de reação de um povo e valoriza a força de uma mulher com o belíssimo papel feminino de Odabella.

Depois de Giovanna d’Arco em 2015, Riccardo Chailly desejou, com Attila, defender outra obra do jovem Verdi para abrir a nova temporada de Milão. O maestro milanês, que fez sua carreira no Scalla, consegue promover um júbilo teatral permanente, contando com uma orquestra e um coro majestosos, entre tons de cinza e uma flexibilidade de veludo.

Se essa obra-prima volta a brilhar, isso também se deve certamente à escolha perfeita do elenco. Ildar Abdrazakov confirma sua condição de mais glorioso Attila da atualidade, ocupando uma situação invejável entre os ilustres baixos líricos que há meio século vêm desempenhando o papel: como resistir à fonte sombria de onde vem esse legato, a esses fraseados de mel, que se desdobram tanto para revelar as dúvidas do guerreiro como para exprimir o brilho da sua força?

Diante desse astro, Saioa Hernandez se revela como a grande spinto exigida pelo papel de Odabella. Ela impressiona pelo tom cortante de suas imprecações homicidas, com seu timbre cativante e seus agudos penetrantes. Ela é amada por Foresto, interpretado por Fabio Sartori, que assume um lugar de destaque entre os tenores italianos, projetando sua voz com um fôlego de uma extensão espantosa, de um colorido ensolarado, ornamentando sua linha de messa di voce e de agudos pianíssimos de rara beleza. George Petean continua a brilhar, vestindo com a voz maleável de barítono as réplicas de Ezio.

Os cenários de Davide Livermore se compõem de impressionantes arquiteturas em ruínas, multiplicadas e desdobradas por projeções de vídeo, o conjunto de recursos sendo operado com grande sensibilidade, contribuindo, sem nenhuma dúvida, para reforçar a intensidade dramática da obra.

Prólogo
Em Aquileia (Aquileia), por volta do meio do século V. Odabella, filha do senhor da cidade, perdeu sua família durante os saques cometidos por Attila e pretende vingança matando-o. Ela mesma foi poupada por Uldino, escravo de Attila. Impressionado com sua coragem, Attila lhe dá sua espada. O general Ezio, enviado de Roma, propõe a Attila um acordo de divisão do Império (Avrai tu l’universo, resti l’Italia a me!). Mas Attila o denuncia como traidor e se recusa.
Perto de uma lagoa (futuro local de Veneza), um barco chega com os sobreviventes de Aquileia, incluindo Foresto, que lamenta o destino de sua querida Odabella. Ele então propõe a seus companheiros a construção de uma nova cidade (Cara patria già madre e reina!)

Ato I
Os hunos se aproximaram de Roma com a intenção de saquear a cidade. Odabella invoca a imagem de seu pai e se junta a seu amante Foresto, informa-o de seu plano de vingança. Enquanto isso, Attila informa Uldino que ele sonhou com um homem velho prevendo desastre e morte e aconselhando-o a recuar. Attila primeiro abalado, recupera sua coragem e ordena a marcha em Roma. Um hino cristão é ouvido e Attila reconhece que o velho homem de seu sonho no bispo romano Leone veio encontrá-lo com o povo de Roma. Leone repete sua profecia. Attila se submete a essa vontade divina e renuncia aos saques.

Ato II
Uma trégua foi concluída. Ezio lamenta o contraste entre a glória passada de Roma e a atual fraqueza do imperador criança Valentiniano. Foresto traz um convite a um banquete oferecido por Attila em homenagem a Ezio. Ele propõe a aliança com Attila novamente. Odabella, enquanto isso, aprendeu que Foresto quer envenenar o rei. Ela adverte Attila, não por pena, mas porque ela quer ter o privilégio de matá-lo pessoalmente. A pedido de Odabella, Attila perdoa Foresto, que pode fugir. Sem entender as motivações de Odabella, Attila anuncia seu casamento com ela e proclama que ele não invadirá Roma.

Ato III
Foresto, informado do casamento por Uldino, acha que Odabella o traiu. Ezio chega com um plano para atacar os hunos. Quando Odabella aparece, Foresto a acusa de traição, mas ela implora seu perdão e jura fidelidade a ele. Attila chega e surpreende todos os três e entende que eles querem matá-lo. O rei dos hunos lembra que ele poupou Roma, concedeu seu favor a Foresto e está prestes a se casar com Odabella, mas seus defeitos eclipsam os favores que concedeu. Odabella satisfaz sua sede de vingança esfaqueando-o, enquanto Huns e Romanos se enfrentam. Os três conspiradores gritam que o povo romano foi vingado.

           

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