O CORCUNDA DE NOTRE-DAME

De Roland Petit e Maurice Jarre - Ópera Nacional de Paris



Balé em 2 atos e treze cenas (1965)

Reencenado por Luigi Bonino

Libreto e Coreografia: Roland Petit

Música de Maurice Jarre

Baseado no romance de Victor Hugo

Duração: 1h28

Maestro: Jean-François Verdier
Orquestra da Ópera de Paris
Balé da Ópera de Paris

BAILARINOS

Esmeralda……………….Amandine Albisson
Quasímodo………………Stéphane Bullion
Frollo…………………….…Mathias Heymann
Phœbus……………….…..Florian Magnelet

Na Paris do século XV, uma jovem cigana, Esmeralda, dança na praça da Catedral de Notre-Dame. Sua beleza transtorna o arquidiácono Claudio Frollo, que, querendo se afastar da tentação, ordena que o corcunda Quasímodo rapte a moça.

Primeiro trabalho de Roland Petit para o Balé da Ópera de Paris, em 1965, O Corcunda de Notre-Dame reúne todos os ingredientes de um grande espetáculo. O balé se inspira na obra-prima de Victor Hugo, com seus personagens pitorescos: a bela Esmeralda, o comovente Quasímodo, o maquiavélico Frollo e o cínico Phéobus. Com figurinos coloridos e de grande impacto visual de Yves Saint Laurent e cenários do pintor René Allio reproduzindo o esplendor da catedral parisiense, a coreografia, envolvendo todos os dançarinos da companhia, traduz à perfeição a força expressiva dos personagens, mergulhados numa epopeia amorosa. Por ocasião do décimo aniversário da morte do coreógrafo, Luigi Bonino volta a dar vida a esse magnífico afresco dançado no palco da Ópera Bastille.

O romance de Victor Hugo se baseia em contrastes: beleza versus feiúra, conhecimento contra ignorância, bondade contra mal, altruísmo versus avareza, amor romântico desinteressado/amizade devotada contra desejos lascivos. O balé também tenta aprofundar esses contrastes, procurando transmitir toda uma gama de emoções por meio dos atos e movimentos dos personagens. Um dos elementos mais interessantes do balé é
que, como no livro, cada personagem parece “controlado” por algo mais forte que ele, uma poderosa emoção que o dilacera. Esmeralda é “controlada” pelo medo de Frollo e pelo amor que sente por Phoebus; Frollo, por sua vez, é “controlado” por sua paixão irresistível por Esmeralda, que o leva a cometer atos terríveis; e por fim, Quasímodo – pelo desejo de ser aceito, compreendido e amado tal como é.

Os magníficos solos e as danças de grupo são coreografados à perfeição, e não raro a música frisa a urgência do drama que se desenrola, sejam as paixões provocadas pela cigana ou algum risco que Esmeralda ou Quasímodo enfrentem em dado momento. Aqui e ali a música imita um coro de catedral ou o tamborim de Esmeralda, mas a marcha dos soldados também é memorável.

Em suma, O Corcunda de Notre-Dame é uma produção envolvente e elegante, combinando ambientação medieval, balé tradicional e elementos de dança moderna.

Enquanto o povo celebra o carnaval, Quasimodo, o sineiro deformado de Notre-Dame, é coroado Rei dos loucos, deixando Claude Frollo, arcipreste da catedral e protetor do sineiro, furioso. As danças da cigana Esmeralda distraem os dois homens e fazem com que se apaixonem por ela. Frollo ordena que Quasimodo sequestre Esmeralda, mas quando o faz, as intenções do sineiro mudam e o homem acaba protegendo a jovem do ataque de mendigos. Phoebus, capitão dos arqueiros reais, prende Quasimodo pela tentativa de sequestro e o sineiro é levado ao pelourinho, onde suporta os insultos da multidão, mas desperta a compaixão de Esmeralda. Phoebus, como Frollo, também deseja Esmeralda e tem um encontro clandestino com ela durante o qual ele é esfaqueado por Frollo. Esmeralda é então presa, julgada pelo assassinato do capitão e condenada à morte, mas salva no último minuto da forca por Quasimodo. No entanto, Frollo consegue colocar as mãos na cigana novamente e desta vez nem mesmo o sineiro consegue poupá-la da execução. Louco de dor, Quasimodo estrangula Frollo e leva embora o corpo sem vida de Esmeralda.