ADRIANA LECOUVREUR

De Francesco Cilea - Teatro Comunale di Bologna



Ópera em 4 atos

Libreto: Arturo Colautti

Encenada pela primeira vez no Teatro Lírico de Milão em 1932

Cantada em italiano

Duração: 2h12

Maestro : Asher Fisch
Diretores : Giuseppe Pennisi e Rosetta Cucchi

Adriana Lecouvreur……………..Kristīne Opolais
Maurizio……………………………..Luciano Ganci
Michonnet………………………….Sergio Vitale
Princesa de Bouillon……………Veronica Simeoni
Príncipe de Bouillon…………….Romano Dal Zovo

Paris, 1730. A atriz Adrienne Lecouvreur e a Princesa de Bouillon amam o mesmo homem, Maurizio da Saxônia, brilhante oficial e grande sedutor. Adrienne consegue conquistar seu amor, mas ela morre envenenada pelo cheiro mortal de um buquê de violetas enviado por sua rival.

No tempo de Adrienne Lecouvreur, o teatro francês empenhava-se em ser elegante, não realista: tudo no palco era estilizado. Os dramas eram escritos em versos, o vestuário era incrivelmente caro, cheio de bordados e cobre para brilhar à luz de velas. Os artistas eram verdadeiras celebridades, louvados pela nobreza e venerados pelo cidadão comum. A igreja era a excepção dado que se mostrava relutante em reconhecer a profissão de artista. Muitos actores viam-se obrigados a renunciar à sua profissão para poder receber um enterro religioso.

A competição pelos papéis principais era feroz e a política de bastidores podia ser um jogo perigoso. Alguns artistas chegavam a pagar a claques de espectadores para aplaudi-los ou vaiar os seus rivais. Muitas actrizes eram obrigadas a recorrer a protectores – geralmente homens poderosos de quem eram amantes – para progredirem nas suas carreiras. Estes poderiam ajudar uma actriz a conseguir um papel principal, escapar de um problema ou vingar-se de uma rival.

Ato I

Paris, 1730. Nos bastidores da Comédie-Française, o diretor artístico e seu elenco preparam-se para uma apresentação que contará com Adriana Lecouvreur e sua rival, Mademoiselle Duclos. O Príncipe de Bouillon e o Abade de Chazeuil entram, à procura de Duclos, que é amante do Príncipe. Eles encontram Adriana e elogiam o seu talento; ela diz que é apenas uma humilde serva do gênio criador (“Io son l’umile ancella”). Michonnet, a sós com Adriana, confessa o amor que sente por ela, mas descobre sua paixão por Maurizio. Maurizio entra e declara o seu amor por Adriana (“La dolcissima effigie”). Os dois marcam um encontro e Adriana entrega-lhe um ramo de violetas como prova do seu amor. Durante a apresentação, o príncipe intercepta uma carta de Duclos, secretamente em nome da Princesa, na qual ela solicita um encontro com Maurizio. Determinado a expor a aparente infidelidade da sua amante, o príncipe planeja uma festa no local do encontro. Maurizio, recebe a carta e cancela o compromisso com Adriana. Ela fica furiosa, mas quando o Príncipe a convida para uma festa e lhe diz que o Conde da Saxônia será um dos convidados, ela aceita na esperança de ajudar a carreira do seu amado.

Ato II

A Princesa de Bouillon aguarda ansiosamente por Maurizio na casa de campo (“Acerba voluttà”). Quando ele aparece, ela repara nas violetas e imediatamente suspeita de outra mulher; Maurizio lhe dá as flores, mas admite que já não está apaixonado por ela (“L’anima ho stanca”). O Príncipe e o Abade surgem repentinamente e a Princesa esconde-se. Adriana entra e fica surpresa ao descobrir que o Conde de Saxônia é Maurizio, mas acaba por perdoar a farsa. Entretanto, Michonnet está à procura de Duclos e Adriana. Ao deparar-se com Maurizio, assume que este veio à casa de campo para encontrar-se secretamente com Duclos. Maurizio assegura a Adriana que a mulher escondida do outro lado da porta não é Duclos e que o seu encontro com ela é puramente político. Tudo deve ser arranjado para que a mulher secreta escape sem ser vista. Confiando nele, Adriana concorda. Adriana e a Princesa não se reconhecem. Porém, pelas poucas palavras que elas trocam, ambas notam que estão apaixonadas pelo mesmo homem. Adriana está determinada a descobrir a identidade da sua rival, mas a Princesa escapa, deixando cair um bracelete, que Michonnet encontra e entrega a Adriana.

Ato III

Enquanto os preparativos estão em andamento para a festa no palácio, a Princesa pergunta-se quem poderá ser sua rival. Entram os convidados, Adriana e Michonnet entre eles. Ao escutar a voz de Adriana, a Princesa reconhece que foi ela quem a ajudou a escapar. Ela inventa que Maurizio foi ferido num duelo e Adriana quase desmaia, confirmando suas suspeitas. Mas Adriana se recupera rapidamente quando Maurizio chega ileso e entretém convidados com os seus relatos de bravura militar (“Il russo Mencikoff”). Durante a exibição de um ballet, a Princesa e Adriana confrontam-se, reconhecendo-se como rivais. A Princesa menciona as violetas e Adriana exibe o bracelete, o qual o Príncipe identifica como a de sua esposa. Para despistar, a Princesa sugere que Adriana recite um monólogo. Adriana escolhe um trecho da Phèdre de Racine, no qual a heroína delata
pecadores e mulheres adúlteras, e dirige a sua encenação diretamente à Princesa. A Princesa quer vingança.

Ato IV

Adriana abandonou o palco, devastada pela perda de Maurizio. Os membros da sua companhia visitam-na no seu aniversário, e trazem-lhe presentes, tentando persuadir Adriana a regressar. Ela fica particularmente comovida pelo presente de Michonnet: uma jóia que ela penhorou para pagar a fiança de Maurizio. Eis que chega também uma caixa, supostamente enviada por Maurizio. Quando Adriana a abre, ela encontra o velho ramo de violetas que havia dado e entende naquilo um sinal de que o amor deles chegou ao fim (“Poveri fiori”). Ela beija as flores e depois atira-as ao fogo. Momentos depois, entra Maurizio, levado por Michonnet. Ele pede perdão e pede Adriana em casamento. Ela aceita, jubilosa, mas fica repentinamente pálida. Michonnet e Maurizio descobrem que as violetas foram enviadas pela Princesa e estavam envenenadas. Adriana morre nos braços de Maurizio (“Ecco la luce”).