Primeiro dia de ópera no Parque Lage – La Bohème

27/10/2017


O Festival  Ópera na Tela começa neste sábado, 28/11 no Parque Lage! A primeira exibição será de La Bohème, de Puccini, filmada no Teatro Antigo de Taormina. Compre seu ingresso na bilheteria da evento no Parque Lage ou no aqui.

Composta entre 1892 e 1895, La Bohème inspira-se no livro de Henri Murger Scènes de la vie de bohème (1851), ligado à corrente Scapigliatura, movimento literário desenvolvido durante o Risorgimento, que se generalizou depois em todos os campos artísticos. Seus adeptos rejeitavam a cultura tradicional burguesa e queriam renovar a cultura italiana integrando a ela influências estrangeiras como a do romantismo alemão ou dos boêmios franceses.

Na música, a ópera mais representativa dessa corrente ainda é La Bohème de Puccini, que se tornou hoje em dia uma das obras mais populares do repertório lírico. A popularidade da partitura se funde com o gênio melódico de Puccini, capaz de criar uma abundância de temas facilmente memoráveis. Destacamos também, e com razão, as extraordinárias invenções descritivas da orquestra. Em La Bohème, Puccini é pioneiro do «realismo poético», em oposição ao movimento verista ao qual é ligado erroneamente. Como um impressionista, ele justapõe com muita sutilidade mil toques trágicos e cômicos para reproduzir o próprio sopro da vida.

Enrico Castiglione escolheu o Teatro Antique de Taormina, na Sicília, para apresentar uma La Bohème baseada na ardente e trágica atualidade da região, já que ela acontece num campo de refugiados. Sua direção e seu cenário, assim como os figurinos inspirados nos inúmeros refugiados recebidos em diversos centros de acolhida na Sicília, são uma denúncia contra a imensa tragédia de centenas de pessoas que morrem todos os dias no Mediterrâneo em busca de uma vida melhor.

As imagens da produção de Taormina foram filmadas ao vivo e exibidas simultaneamente em 600 salas de cinema na Europa.

Outro bom motivo para assistir essa produção pouco comum: a descoberta da incrível soprano mexicana Karen Gardeazabal, descoberta por Placido Domingo por sua grandíssima clareza vocal ao fazer uma Mimi tão intensa quanto vulnerável, a quem o público reservou várias ovações. Deve-se a ela vários momentos maravilhosamente sensíveis, em particular a partir do momento em que ela está sozinha com Rodolfo no ato IV, até sua morte, profundamente comovente.

O famoso maestro chinês Lo Xincao regeu a Orquestra do Grande Teatro de Lanzhou, os solistas – todos de grande qualidade – e os esplêndidos coros locais Gaulitanus e Bianco Suono de Messina, com paixão e clareza