Macbeth

Direção: Christof Loy

Exclusivo

Ópera em quatro atos de Giuseppi Verdi

Libreto de Francisco Maria Piave

Cantada em italiano

Grande Teatro do Liceu de Barcelona

Duração 2h32

Maestro GIAMPAOLO BISANTI

Diretor CHRISTOF LOY

Figurino URSULA RENZENBRINK

Coro e orquestra do Grande Teatro do Liceu

Classificação indicativa: 12 anos

LUDOVIC TÉZIR: Macbeth

VITALIJ KOWALJOW: Banco

MARTINA SERAFIN: Lady Macbeth

SAIMIR PIRGU: Macduff

ALBERT CASALS: Malcom

 

Bruxas prometem o poder a Macbeth. Sua esposa, devorada pela ambição, o incentiva a assassinar o velho soberano. Macbeth torna-se rei e é o início de uma corrida ao precipício feita de pesadelos e assassinatos.

Nessa encenação de Christof Loy, não há bruxas tradicionais, não há brejo misterioso, não há floresta em movimento: é no saguão de uma grandiosa mansão que se passa o drama shakespeariano, como se o dono do local tivesse feito um palco no meio da sua casa para receber seus amigos e oferecer a eles um maravilhoso espetáculo. O local se transforma ao longo da noite em floresta ou castelo graças à iluminação de Bernd Pukrabek, sempre muito sombria, se prestando bem ao mistério, à traição, ao assassinato. Nesse cenário de Jonas Dahlberg, onde realidade e ficção se misturam, não é surpreendente que as camareiras façam o papel de bruxas, que os criados, os motoristas, os jardineiros assumam os figurinos de moradores do vilarejo ou de convidados importantes, para auxiliar os protagonistas.

O palco é de grande qualidade. Ludovic Tézier (Macbeth) se confirma mais uma vez como um dos grandes barítonos verdianos da sua geração. Um fraseado impecável, uma dicção perfeita, a extensão da sua escala de sons, a força controlada das suas iras ou seus desesperos acentuam paradoxalmente a crueldade do personagem.

Ao seu lado, Martina Serafin  encarna uma Lady Macbeth sempre elegante, nunca megera, que destila seu veneno com um notável senso do palco. Seu soprano incisivo é perfeitamente adaptado ao papel. Dotada de um físico agradável, contrastando com a feiura do papel, ela consegue perfeitamente dar vida e consistência a um personagem ao mesmo tempo atraente e repulsivo.

Vitalij Kowaljow, no papel do Banco, é extraordinário em força, precisão, elegância e presença cênica também. A voz é quente, redonda e forte e, assim, o personagem ganha em autoridade e em potencial de simpatia.

É preciso exaltar também os 60 coristas cuidadosamente preparados por Conxita Garcia. Clareza na voz, perfeição dos conjuntos, qualidade de jogo cênico: eles fazem atualmente parte das melhores formações, no contexto internacional.

A orquestra, dirigida por Giampaolo Bisanti, se entrega com júbilo, destacando o brilho da música do mestre italiano, e nas cordas, nos sopros, nos metais e na percussão, os solistas têm um acompanhamento bem construído.

Ato I

Bruxas preveem que Macbeth se tornará chefe da aldeia de Cawdor e rei da Escócia, e que Banco gerará futuros reis. Quando Macbeth é nomeado chefe de Cawdor, Lady Macbeth põe em ação a profecia sobre o trono da Escócia. Quando o rei Duncan dorme em seu castelo, ela força o relutante marido a matá-lo. Macduff vai despertar Duncan e o encontra assassinado.

Ato II

Feito rei, Macbeth decide que Banco e os filhos devem morrer. Banco é morto, mas seu filho escapa. O fantasma de Banco aparece num banquete, e Macbeth entra em pânico, apontando o espectro que só ele vê. Sua mulher tenta distrair os convidados, mas Macduff decide fugir para a Inglaterra.

Ato III

As bruxas garantem a Macbeth que “nenhum homem nascido de mulher” poderá prejudicá-lo, enquanto a outra aparição lhe diz que ele estará a salvo até que a floresta de Birnam se mova em sua direção. Alarmado com a visão de outros reis passando à sua frente, o último deles com a aparência de Banco, Macbeth decide matar o filho de Banco, assim como a mulher e os filhos de Macduff.

Ato IV

Enquanto McDuff planeja vingança, Lady Macbeth, sonâmbula, imagina sangue nas próprias mãos. Macbeth vê a floresta de Birman se aproximar, mas proclama que “nenhum homem nascido de mulher” pode lhe fazer mal”. Macduff retruca que foi “arrancado” do útero da mãe e mata Macbeth.