La Bohème

Direção: Enrico Castiglione

Ópera em quatro atos de Giacomo Puccini

Libreto de Luigi Illica & Giuseppe Giacosa

Cantada em italiano

Teatro Antigo de Taormina

Duração: 2h14

Maestro LI XINCAO

Diretor ENRICO CASTIGLIONE

Figurino SONIA CAMMARATA

Orquestra e Coro do Festival de Ópera de Taormina

Classificação indicativa: 12 anos

KAREN GARDEAZABAL:  Mimi

GEORGY VASILIEV: Rodolfo

BING BING WANG: Musetta

FABIO CAPITANUCCI: Marcello

FRANCESCO BAIOCCHI: Shaunard

STANISLAV CHERNENKOV: Colline

 

Mimi e Rodolfo, jovens refugiados vulneráveis a graves problemas, vivem com entusiasmo sua paixão no meio de seus companheiros de infortúnio. Essa nova produção transpõe a história original da famosa La Bohème para o Sul da Itália na época atual.

Composta entre 1892 e 1895, La Bohème inspira-se no livro de Henri Murger Scènes de la vie de bohème (1851), ligado à corrente Scapigliatura, movimento literário desenvolvido durante o Risorgimento, que se generalizou depois em todos os campos artísticos. Seus adeptos rejeitavam a cultura tradicional burguesa e queriam renovar a cultura italiana integrando a ela influências estrangeiras como a do romantismo alemão ou dos boêmios franceses.

Na música, a ópera mais representativa dessa corrente ainda é La Bohème de Puccini, que se tornou hoje em dia uma das obras mais populares do repertório lírico. A popularidade da partitura se funde com o gênio melódico de Puccini, capaz de criar uma abundância de temas facilmente memoráveis. Destacamos também, e com razão, as extraordinárias invenções descritivas da orquestra. Em La Bohème, Puccini é pioneiro do «realismo poético», em oposição ao movimento verista ao qual é ligado erroneamente. Como um impressionista, ele justapõe com muita sutilidade mil toques trágicos e cômicos para reproduzir o próprio sopro da vida.

Enrico Castiglione escolheu o Teatro Antique de Taormina, na Sicília, para apresentar uma La Bohème baseada na ardente e trágica atualidade da região, já que ela acontece num campo de refugiados. Sua direção e seu cenário, assim como os figurinos inspirados nos inúmeros refugiados recebidos em diversos centros de acolhida na Sicília, são uma denúncia contra a imensa tragédia de centenas de pessoas que morrem todos os dias no Mediterrâneo em busca de uma vida melhor.

As imagens da produção de Taormina foram filmadas ao vivo e exibidas simultaneamente em 600 salas de cinema na Europa.

Outro bom motivo para assistir essa produção pouco comum: a descoberta da incrível soprano mexicana Karen Gardeazabal, descoberta por Placido Domingo por sua grandíssima clareza vocal ao fazer uma Mimi tão intensa quanto vulnerável, a quem o público reservou várias ovações. Deve-se a ela vários momentos maravilhosamente sensíveis, em particular a partir do momento em que ela está sozinha com Rodolfo no ato IV, até sua morte, profundamente comovente.

O famoso maestro chinês Lo Xincao regeu a Orquestra do Grande Teatro de Lanzhou, os solistas – todos de grande qualidade – e os esplêndidos coros locais Gaulitanus e Bianco Suono de Messina, com paixão e clareza.

Ato I

Na noite de Natal, num sótão em Paris, o poeta Rodolfo e o pintor Marcello enfrentam o frio queimando um manuscrito de Rodolfo. Chegam o filósofo Colline e dois meninos, com comida, bebida e charutos. O músico Schaunard vem ostentando dinheiro e anuncia que todos sairão para comer. O senhorio, Benoit, quer receber o aluguel, mas é despistado com vinho e conversas sobre mulheres. Ele diz ser um galanteador, os amigos se fingem chocados e o expulsam. Todos vão ao Café Momus, menos Rodolfo, que precisa concluir um artigo. Batem na porta, e ele vê uma jovem precisando acender sua vela. Tossindo muito, ela desmaia e Rodolfo a reanima com vinho. Ela perde a chave e ele a ajuda a procurá-la no chão. De repente, a “gélida mãozinha” da visitante toca na dele, e o poeta, comovido, se apresenta. Hesitante, Mimi diz o seu nome e conta que vive sozinha. Quando os amigos o chamam e pedem que Rodolfo se apresse, os dois compreendem que se apaixonaram.

Ato II

Numa movimentada rua de Rive Gauche, Rodolfo compra um chapéu vermelho para Mimi e vai encontrar os amigos no Café Momus. Todos parecem felizes até que Marcello vê a antiga amante, Musetta, chegar acompanhada de um velho cortejador, Alcindoro, a quem ela trata com desprezo, e provoca Marcello. Fingindo que lhe dói o pé, ela manda Alcindoro ir comprar-lhe novos sapatos e cai nos braços de Marcello. O garçom traz a conta – a qual, escapulindo, eles deixam para Alcinodor.

Ato III

Dois meses depois, Mimi diz a Marcello que deixará o ciumento Rodolfo, Marcello promete interceder, e Rodolfo confessa que ainda a ama. A tosse e os soluços de Mimi atraem a sua presença. Cheio de remorso, Rodolfo a conduz até a taberna, onde ela se despede, triste. Irrompe, então, uma briga entre Marcello e Musetta, e Rodolfo e Mimi resolvem ficar juntos até a primavera.

Ato IV

Meses depois, no sótão, Rodolfo e Marcello estão tentando esquecer os amores perdidos, quando Musetta chega com Mimi doente. Para pagar uma visita médica, Musetta decide vender seus brincos, e Colline, o sobretudo. Tossindo, Mimi diz a Rodolfo que sempre o amou e adormece. Quando os outros voltam, percebem que ela morreu. Rodolfo compreende e cai em prantos.


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